sexta-feira, 22 de maio de 2015

A MINORIA QUE DEUS DÁ VITÓRIA

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“Disseram a Moisés: Foi por não haver sepulcros no Egito que nos tiraste de lá para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?” (Êxodo 14:11).
A história da relação do povo de Israel com o Egito começa quando José fora vendido como escravo por seus irmãos a Faraó. José era fiel a DEUS e, por isso, o SENHOR nunca o desamparou. Logo, José se tornou Governador, lugar de honra para quem chegou àquele lugar terrível como escória social. Trouxe todos os familiares de Canaã, onde havia grande fome. Eles receberam grandes extensões de terra para cultivo: “Assim, José estabeleceu a seu pai e seus irmãos, dando-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara” (Gênesis 47:11).
Os israelitas se tornaram imediatamente muito numerosos e prósperos, o que causou grande inveja e preocupação por parte do reino egípcio. Resultado: foram subjugados militarmente e submetidos a uma dura escravidão. Ainda pouco satisfeito e intentando conter o crescimento dos hebreus, Faraó decidiu que todos os varões que nascessem de família israelita seriam mortos. Assim foi feito de forma cruel. Apenas as crianças de sexo feminino estariam livres do morticínio. Um desses bebês foi escondido dos seus pais pelos soldados egípcios durante três meses. Quando a vida desse bebê passou a correr risco iminente, seus pais o colocaram numa cesta e a soltou no rio Nilo. Ao som e ao ritmo das águas, a vida daquela criança foi sendo conduzida pelas mãos do SENHOR. Foi aí que a filha de Faraó, ouvindo um choro de criança, tratou logo de resgatá-la do perigo. Nome no bebê: Moisés, ou Moschê, que significa “nascido das águas”: “A filha de Faraó desceu para se lavar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio. Ela viu o cesto no meio dos juncos, e enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o, viu o menino. Ele chorava, e ela teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus. Então disse sua irmã à filha de Faraó: queres que eu vá chamar uma ama dentre as hebréias, que crie este menino para ti? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois a moça e chamou a mãe do menino. Então lhe disse a filha de Faraó: leva este menino e o cria, que eu te darei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou. Ela lhe pôs o nome de Moisés, e disse: Das águas o tirei” (Êxodo 2:5-10).
Moisés cresceu, foi educado dentro do reino egípcio e muito bem tratado, mesmo a filha do Faraó sabendo que ele tinha origem dentre os hebreus. Um dia, enquanto ainda vivia no reino, Moisés viu um egípcio tratando com muita crueldade um dos seus irmãos. Irado, Moisés matou o egípcio e escondeu o seu corpo na areia. Mas as notícias correram rapidamente: Faraó, ao saber do crime, ordenou que, igualmente, matassem Moisés, que terminou fugindo para a terra de Midiã. Foi lá, onde conheceu a sua esposa, Zípora, filha do sacerdote Reuel, com a qual teve o filho Gérson.
Passaram-se os anos, e o Faraó, que tanto desejava a alma de Moisés, morreu. Mas os israelitas não cessaram de sofrer com a escravidão no Egito. A Bíblia diz que DEUS se compadeceu dos gemidos dos Seus filhos e os socorreu: “Depois de muitos dias, morreu o rei do Egito. Os filhos de Israel gemiam sob a servidão, e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a Deus. Ouviu Deus o seu gemido, e se lembrou da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. Atentou Deus para os filhos de Israel, e Deus os conheceu” (Êxodo 2:23-25).
DEUS aparece pela primeira vez a Moisés em uma sarça de fogo no monte Horebe, onde, na ocasião, faz uma grande promessa: “Então disse o Senhor: De fato tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus opressores, e conheço os seus sofrimentos. Por isso desci para livrá-los das mãos dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel – o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. E agora o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires do Egito o meu povo, os filhos de Israel” (Êxodo 3:7-10).
Em companhia do seu irmão, Arão, Moisés vai a Egito para comunicar a Faraó sobre o plano de libertar o povo de Israel do seu jugo. Porém, Faraó parecia irredutível em seu desejo de manter a escravidão dos hebreus. DEUS então lhe enviou diretamente dez pragas. Assim o povo foi liberto. Era o início da páscoa. Mas havia um longo deserto a atravessar. Aproximadamente três milhões de pessoas sendo encaminhadas por DEUS para um lugar seco, tenebroso, digamos, um lugar onde ELE iria moldá-las em seu caráter, transformá-las, afim de que chegassem a Terra Prometida: “Assim Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho. Os filhos de Israel subiram da terra do Egito armados para a batalha” (Êxodo 13:18). DEUS os fez caminhar pelo deserto, mas não os deixou sozinhos. Levantou o seu líder maior, Moisés, e os acompanhou: “O Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite” (Êxodo 13:21-22).
DEUS estabeleceu lugares seguros para o povo caminhar. ELE sempre demonstrou um cuidado todo especial com os Seus filhos: “Dize aos filhos de Israel que voltem e acampem junto a Pi-Hairote, entre Migdol e o mar. Assentareis o acampamento junto ao mar, diante de Baal-Zefom” (Êxodo 14:1). O SENHOR mostra o caminho, o lugar para o povo se acampar, ouvir as instruções do seu líder, posicionar-se. DEUS se preocupa dos Seus filhos nos mínimos detalhes. A partir daí, DEUS faz surgir uma estratégia que, para muitos, seria louca. Endurece o coração do Faraó, para que ele sentisse o desejo incontrolável de perseguir os israelitas, e matá-los. Como DEUS é soberano! Até os nossos inimigos estão debaixo da autoridade do SENHOR: “O Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguissem os filhos de Israel, que estavam marchando afoitamente” (Êxodo 14:8). Quantas vezes eu e você, enquanto estamos marchando firmes, obedientes no deserto, somos afrontados pelas forças inimigas? E aí, vimos o quanto somos fracos e dependentes de DEUS. No primeiro ataque, desfalecemos, olhamos para a posição do nosso adversário e desejamos estar no lugar deles. Que triste! DEUS nos conduz para determinado lugar, afim de que alcancemos todas as promessas, mas, quando somos perseguidos, preferimos estar no lugar do opositor: “Ele está feliz, sorrindo, próspero; enquanto eu, aqui no deserto, só sofro…”. A pessoa deixa de reconhecer a presença de DEUS. Foi mais ou menos essa a reclamação do povo de Israel quando teve a sensação de que tudo estava perdido, de que iria ser morto pelos egípcios: “Disseram a Moisés: Foi por não haver sepulcros no Egito que nos tiraste de lá para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito? Não é isto que te dissemos no Egito: deixa-nos que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto” (Êxodo 14:11-12). Quão triste deve ficar o coração do nosso PAI!
Diante da multidão, só havia um imenso mar, cerrado de águas violentas. Os soldados inimigos se aproximavam com furor para matá-la. DEUS então determina a Moisés que ele estenda a vara e divida ás águas do Mar Vermelho em duas grandes paredes, com um caminho a seco para o povo atravessar. Que DEUS grande! Que DEUS poderoso! Nosso DEUS é de providência! Todo o povo atravessou o Mar e, todo o exército inimigo, o povo viu ser destruído no meio do mar. É como se DEUS tivesse tapado os ouvidos para a murmuração injusta e ingrata dos Seus filhos.
Quer pregar b
Nos quarenta anos de passagem pelo deserto, DEUS falou diversas vezes com o povo através de Moisés. Ordenou todas as leis, os dez mandamentos, o conjunto de leis sociais e penais, as regras dos alimentos, os direitos sobre as propriedades. Foi no deserto onde DEUS disse as famosas ordenanças: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos ate a terceira e quarta gerações daqueles que me odeiam, mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:3-6). Foi no deserto que DEUS ordenou: “não adulterarás” (Êxodo 20:14). Enfim, tudo era dito por meio de Moisés. A caminhada não foi fácil. A multidão, como de costume, rebelou-se inúmeras vezes contra Moisés e contra o próprio DEUS. A incredulidade e a desobediência foram tão grandes que, em algumas passagens, DEUS desejou destruí-la e dar um outro povo a Moisés. Para termos noção do tamanho da desobediência dos israelitas, enquanto DEUS ensinava a Moisés todos os mandamentos em duas tábuas de pedra, que serviriam de testemunho, no Monte Sinai, o povo, impaciente duvidando se Moisés voltaria ou não, construiu um bezerro de fundição e o adorou. Mas Moisés não queria outro povo e, por isso, rogou a DEUS que o perdoasse. Quarenta anos de angústias, murmurações, mas também de muita provisão da parte do SENHOR. As águas de Mara, que eram amargas, tornaram-se doces. Houve uma chuva de pão que descia do céu para alimentar todo o povo. Foi no deserto também que o SENHOR DEUS instruiu ao povo a ser ofertar voluntariamente e a ser dizimista para o reino de DEUS: “Os filhos de Israel, tanto os homens quanto as mulheres, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o Senhor ordenara se fizesse pelas mãos de Moisés, trouxeram oferta voluntária ao Senhor” (Êxodo 35:29); “Todos os dízimos do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor. Se alguém do seu dízimo resgatar alguma coisa. Acrescentará sobre ele a sua quinta parte. No tocante a todos os dízimos de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara do pastor, o dízimo será santo ao Senhor” (Levítico 27:30-32). Foi esse mesmo DEUS que deu todas as instruções à multidão no deserto, que não consultasse médiuns, feiticeiros, não cometesse adultério com a mulher do seu próximo, que homem não dormisse com homem, pois tudo isso é abominação aos olhos de DEUS (ref. Levítico 20:6, 10 e 13). No deserto, DEUS exortou os Seus filhos, sempre através de Moisés, para serem santos: “Sereis para mim santos, porque eu, o Senhor, sou santo e vos separei dos povos para serdes meus” (Levítico 20:26). Moisés retransmitia ao povo todas as instruções. Resistiu até quando pôde. E em sua natureza humana, carnal, limitada e pecaminosa, nem ele preservou a sua alma do mal, do pecado contra DEUS, e terminou desposando uma mulher etíope: “Miriã e Arão falaram contra Moisés por causa da mulher etíope que este tomara, pois ele havia desposado uma mulher etíope” (Números 12:1). Que autoridade tinham Miriã e Arão para repreendê-lo? Mesmo depois da fraqueza de Moisés, DEUS ainda o reputaria como um homem fiel. DEUS chamou Miriã e Arão para uma conversa particular e lhes disse: “Ouvi agora as minhas palavras. Se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, às claras, e não por figuras; ele contempla a semelhança do Senhor. Por que, pois, temeste falar contra o meu servo Moisés? A ira do Senhor se acendeu contra eles, e Ele se retirou” (Números 12:6-9). Quando DEUS tem grande negócio com uma pessoa, ai de outra se tentar denegrir a imagem dela! Vai sofrer a repreensão e a correção do SENHOR. Miriã se achou leprosa, branca como a neve.
Passados quarenta anos, finalmente era chegada a hora de entrar na Terra Prometida. A multidão foi dividida em 12 grandes tribos, cada uma com o seu líder. Cada líder deveria ir, antes, espiar a terra e apresentar todos os estudos referentes a ela. Ao fim de quarenta dias, os resultados apresentados a Moisés por 10 desses líderes foram o seguinte: “Fomos à terra a que nos enviaste. Ela verdadeiramente mana leite e mel! Este é o seu fruto. Mas o povo que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e muito grandes. Também vimos ali os filhos de Enaque. Os amalequitas habitam na terra do Neguebe; os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam na parte montanhosa; e os cananeus habitam junto ao mar; e ao longo do Jordão” (Números 13:27-29).
Perto de tomar posse das promessas de DEUS, apareceram líderes para desanimar toda a multidão, mostrando a ela as dificuldades que iriam enfrentar, que os povos que já habitavam na terra eram muito fortes e iriam vencê-la facilmente. A multidão então se exaltou, murmurou, criou grande tumulto. Foi quando Calebe, que também havia sido espião na terra, tomou a palavra e disse: “Subamos animosamente, e possuamo-la em herança, pois certamente prevaleceremos contra ela” (Números 13:30). A voz de Calebe era a certeza de que DEUS conduziria o povo até a plena vitória. Mas a multidão preferiu acreditar naquilo que os seus líderes falaram e, mais uma vez, murmuraram contra Moisés e DEUS: “Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e Arão, e toda a congregação lhes disse: antes tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou mesmo neste deserto! Por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? E diziam uns aos outros: levantemos um capitão, e voltemos para o Egito” (Números 14:2-4). Que tristeza! Moisés e Arão caíram com os rostos sobre todo o ajuntamento dos filhos de Israel. Apenas “Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes, e disseram a toda a congregação dos filhos de Israel: a terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará. É uma terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa terra, porque como pão os devoraremos. A proteção deles se foi, mas o Senhor está conosco. Não o temais” (Números 14:6-9) (grifo meu).
Das quase três milhões de pessoas que receberam de DEUS a promessa para entrar na Terra Prometida, apenas as das tribos de Josué e de Calebe, receberam-na como herança. Somente uma minoria confiou e acreditou nas palavras dos seus líderes e não murmurou. Quanto aos demais, “Deus os matou no deserto” (Números 14:16); foram consumidos como cadáveres no deserto (ref. Números 14:32).
Concluindo: não importa quantos perseveram, no deserto espiritual, na perfeita doutrina do casamento, se seis ou dez. Não importa se o mundo inteiro e até pessoas que estão dentro das igrejas protestantes insistem em seguir seus líderes ignorantes e se dão a um segundo, terceiro, quarto casamentos. Não importa se há uma maioria sorrindo, gozando, buscando a felicidade pessoal dentro dos templos. Não deseje ser como eles! Afinal, você é diferente deles, faz parte de uma minoria que foi chamada para sofrer por Amor à família e à Palavra de DEUS. É você, como minoria, que vai entrar na Canaã celestial. Você faz parte dos poucos que renunciaram a própria vontade (não quiseram se dar a um novo casamento), sofreram, passaram pelo Egito, foram resgatados pelas mãos fortes do SENHOR, levados ao deserto, obedeceram a voz do seu líder, atenderam às ordens de DEUS e perseveraram até o fim, no instante em que obtiveram grande vitória. É a uma minoria que DEUS dará grande vitória: “Assim, os derradeiros serão os primeiros, e os primeiros, derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mateus 20:16). As demais, as numerosas, aquelas que se casaram duas, três, quatro vezes e não atentaram para a Palavra do SENHOR de que casamento é apenas um, o primeiro, JESUS já lhes preparou a resposta: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!” (Mateus 7:23). Fique você na posição, em seu lugar, e DEUS te abençoará.
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Fernando César – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.

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