sexta-feira, 22 de maio de 2015

A GENEALOGIA DE ADÃO

Capítulo 5:1 a 6:8

Esta é a terceira unidade, o livro da genealogia de Adão. O Novo Testamento começa com o livro da genealogia de Jesus Cristo (Mateus 1:1), o segundo Adão (I Coríntios 15:45). A expressão o livro provavelmente indica a fonte da informação escrita obtida por Moisés.
Temos no capítulo 5 uma seqüência da descendência de Adão em linha reta até Noé, dando-nos detalhes de nomes e idades, e apenas acrescentando comentários sobre Adão, Enoque e Lameque. Somando as idades, temos de Adão até o ano do dilúvio, 1.656 anos. Esse detalhe é dado com toda a clareza nesta passagem.
A população, contudo, se multiplicou porque tanto Adão como todos os demais mencionados tiveram filhos e filhas, e esses todos também se multiplicaram. O filho de cada um mencionado aqui não é necessariamente seu primogênito, pois não é dito que os filhos e filhas vieram depois, mas sim, que além desse filho, ele teve mais filhos e filhas. Assumindo, que cada casal tivesse em média 10 filhos e filhas (provavelmente muito mais, dada a sua longa idade) por ocasião do tempo de Noé chegaríamos a uma população composta de no mínimo 20 milhões de habitantes da última geração, mais uns 5 milhões de sobreviventes das gerações anteriores, um total de mais de 25 milhões de habitantes!
No primeiro versículo, as palavras no dia em que, têm o sentido de quando. Novamente se repete que o homem foi feito por Deus à sua semelhança: foi um ato de criação especial, depois de todas as outras coisas. Homem e mulher foram uma criação única (pois a mulher é parte do homem) e ambos, juntos, foram chamados Adão quando foram criados: adão vem de uma raiz que significa terra vermelha: uma maneira de lembrar-nos de onde viemos - e para onde nosso corpo vai! Foi Deus que nos deu esse nome - quem sabe se tivesse deixado ao critério de Adão ele teria tomado para si um nome mais grandioso!
Esse primeiro casal gerou um filho à sua semelhança (sabemos que houve outros antes) a quem chamaram Sete, o escolhido, o indicado , profeticamente sabendo que dele procederia a linhagem escolhida por Deus. Tiveram ainda outros filhos e filhas, que fogem desta narrativa.
Cinco séculos depois do nascimento de Sete nasceu seu descendente Enoque: uma figura notável não só porque andou com Deus, teve uma vida relativamente curta na terra para aqueles tempos (365 anos), não morrendo porque Deus o tomou para si, mas também porque profetizou a respeito da segunda vinda de Cristo para assumir seu reino milenar (Judas 14-15). As mesmas palavras hebraicas para Deus tomou para si são usadas com respeito ao traslado de Elias (2 Reis 2:3, 5) significando que ele não morreu (Hebreus 11:5), pois, pela fé, ele agradou a Deus.
Seu neto Lameque também é lembrado por sua profecia ao dar o nome de Noé ao seu filho: Noé pela sua obediência a Deus salvou sua família do dilúvio, e assim preservou a humanidade da total destruição, e através dele vem a linhagem de Cristo, o Salvador de todos os que temem a Deus e nele crêem.
A narrativa para no ponto em que Noé tinha quinhentos anos: foi quando ele foi incumbido por Deus para construir a arca: cem anos depois (Gênesis 7:6) veio o dilúvio.
Em sua parte final, temos um retrato triste do estado moral e espiritual da humanidade daquela época. A santidade do casamento foi perturbada pela lascívia dos homens, atraídos apenas pela beleza física das mulheres. Os filhos de Deus - aqueles que ainda invocavam o nome do SENHOR (Gênesis 4:26) - tomavam para si as mulheres que eles consideravam mais formosas, "filhas dos homens", para satisfazer sua sensualidade (veja mais detalhes aqui).
Deus, então, advertiu que sua paciência se esgotava: a humanidade só teria mais 120 anos de existência.
Fisicamente os homens eram fortes - havendo gigantes entre eles. Das uniões entre os filhos de Deus e as filhas dos homens surgiram homens valentes (militares) e varões de renome (influentes e poderosos), donde vislumbramos castas sociais e a exploração dos mais fracos pelos mais fortes.
A tal ponto a maldade se multiplicou entre a humanidade, que o SENHOR se arrependeu: isto não significa que Ele mudou seus planos, pois estes são eternos, imutáveis; o sentido é que, do ponto de vista humano, Ele ia terminar, com muita tristeza, aquela civilização que não tinha mais remédio. A humanidade havia provado que, apenas com sua consciência para acusá-la, ela se encaminhava irreparavelmente para o mal. Mesmo aqueles que temiam a Deus estavam se corrompendo. Junto com a humanidade seriam destruídos os animais da terra, aves e répteis.
Porém havia um homem a quem Deus favoreceu: Noé. Dele é a narrativa que se segue.

R David Jones

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